Minha experiência com o trabalho da Greici não foi individual, apesar de terem sido singulares. O primeiro momento ocorreu junto de um grupo de familiares pois, ao percebermos enquanto escola a necessidade de conversarmos coletivamente formas diferentes e diferenciadas de trocas e diálogos com as crianças, o nome dela foi levantado. Nos organizamos então para um momento especial em que todos e todas presentes foram conduzidos pela profissional a enxergar a si e o outro enquanto sujeitos dos processos, com desejos, vontades e necessidades de compreensão assim como entendimentos do mundo que compõe nosso universo – e o papel que nós adultos temos nessa dinâmica quando somos pais, tutores, guardiões/ães e responsáveis de um menor que, apesar de pouca idade, também é uma pessoa. Essa experiência foi tão positiva que alguns dos participantes requisitaram o contato da Greici para poderem dialogar mais. Os subsequentes momentos então foram desdobramentos dessa conversa inicial, buscando melhor aprofundar a relação/interação afetiva que ocorre entre os atores educacionais a fim de afinarmos ainda mais nossas ações enquanto profissionais do campo educacional. As duvidas foram muitas, as quais Greici calmamente repetia ao perceber uma questão fundante “não há uma receita pronta sobre isso”, até mesmo por ser impossível haver: cada ser humano é único, formado e responsável por múltiplas interações que nele se espelham, algumas se cristalizando e outras refletindo, criando assim seus sentidos e hierarquias. Nessa compreensão, somente haveria forma única se todos os outros fossem apenas múltiplos de um único eu, o que é uma impossibilidade paradoxal filosófica. E ela experientemente trouxe isso com palavras mais tranquilas. Mesmo assim, algumas formas foram possíveis de se achar na reflexão trazida desse outro dentro do nosso eu, e isso já fez valer os múltiplos diálogos e conversas com essa excelente profissional que nos guiou nessa vivência.